Declaro para os devidos fins e a quem interessar possa que eu estou APAIXONADA pelo blog slow life.
Fiquei mais de uma semana sem visitá-lo, e acabei de ler todos os posts num fôlego só. Foi delicioso.
Acho que, assim como os ovos de páscoa na infância, esse é um deleite para ser sempre "guardado para mais tarde". E depois devorado compulsivamente.
Ganhei de presente (já faz um tempinho, e eu tinha esquecido de agradecer...). Mais do que a figura, a irmandade. E espero que ela saiba o quanto é precioso para mim.
É estar solteira e solta, soltinha, como há muito tempo não estava.
É variar o cardápio depois de muuuuutio tempo à base de ração.
É a volta - confiante - ao mercado.
O mais importante: eu me reconheço em cada um dos meus passos e atos. Eu não estou buscando nada nos outros; está tudo em mim, sou completa. Não tenho aquela terrível sensação de despropósito quando estou voltando para casa. E não é, também, nenhuma vida de rock star.
E, principalmente, as minhas intenções estão explícitas nos olhos (e na ponta da língua, sempre que solicitadas e/ou necessárias) desde o começo.
Anotações para uso posterior: 1) E nem calçada eu estava. Pezinhos sujos no asfalto.
2) Tomar cuidado para não ficar metida.
Tive um sonho na segunda-feira que me pareceu atrasado. Essa já não sou eu, pensei comigo.
Mas aí fiquei sabendo de coisas tristes e difíceis que estão acontecendo com pessoas que amo, e percebi que chegou a hora de tirar os óculos cor-de-rosa. O mundo tá ali fora, e ainda é um lugar com maldades, tristezas, coincidências infortuitas. E, principalmente, muito, muito, muito trabalho a ser feito.
Pensando bem, se eu não fosse mais aquela pessoa do sonho em um passe de mágica - plin! - não teria a menor graça.
A graça é trabalhar, caminhar, acordar todo dia.
Qual a diferença entre a mulher galinha e o homem garanhão?
E qual o seu padrão de galinhagem: três vezes por semana? Todo dia? Três vezes por dia? Necessariamente com pessoas diferentes?
Percebi que ando insistente nas imagens de pôr-do-sol. Se eu fosse filha de psicóloga, diria que elas traduzem muito bem a beleza de deixar morrer uma coisa, pra outra poder nascer. Os eternos ciclos. E a magia desse momento não é senão a coincidência de muitíssimos ciclos se fechando. Não vou dizer que não dói; mas os bônus compensam... Bastante!!!
Sabe o que eu disse ali embaixo, sobre a noção permanentemente alterada de tempo? De fato. Os dias são cada vez mais longos. O que não significa que eu consiga fazer tudo aquilo que quero, dentro do espaço diário que vai do abrir ao fechar de olhos. Mas é que, agora, eu quero coisas demais. O que não significa que eu não saiba que quero coisas demais, e cultive a paciência e a tranqüilidade para obtê-las. Aliás, eu sou uma pessoa muito mais tranqüila. Deu pra perceber? Não, né? Mas deu pra entender o que eu estou falando? Não, também.
(suspiro)
Ainda estou aprendendo a ser borboleta.
Para minha irmã. Por que eu sinto, sim, saudades infinitas dela, o que não pode ser confundido com o desejo que ela estivesse aqui. Desejo que ela esteja só onde escolheu estar.
"Afinidade é retomar a relação no ponto em que parou sem lamentar o tempo de separação. Porque tempo e separação nunca existiram. Foram apenas oportunidades dadas (tiradas) pela vida, para que a maturação comum pudesse se dar. E para que cada pessoa pudesse e possa ser, cada vez mais a expressão do outro sob a forma ampliada do eu individual aprimorado." (Artur da Távola)
Eu sabia que não estava fazendo a coisa certa, no exato momento em que a fazia. Não que fosse uma escolha errada, mas insistir em algo sem futuro ia contra meus princípios. E no entanto, fiz. Quer dizer, nem cheguei a fazer, mas queria que acontecesse e movi mundos e fundos para algo que não aconteceu. E isso me doía.
Agora que eu voltei, tão diferente e (quase) sempre a mesma, sou obrigada a pensar comigo mesma: "é, foi estupidez mesmo". Sei que existem fatores atenuantes, a minha fragilidade naquele momento, e coisa e tal. Mas definitivamente eu tenho que aprender a confiar na minha intuição. Tenho a consciência limpa que não fiz nada errado, nem andei por territórios que não quisessem ser explorados.
Mas tem coisa mais irritante que receber recadinhos por terceiros, de alguém que culpa os outros pelas dificulades que enfrenta, ao invés de analisar a sua parcela de responsabilidade? E ainda, ao que tudo indica, influenciada por informações distorcidas, dadas por alguém que não assume o que faz?
E agora, depois que eu sumir da vida de vocês, quem vai ser a culpada pela próxima crise do namoro?
Não doeu tanto. Os efeitos melancólicos da viagem de volta (e o trânsito) foram compensados com um pouquinho de orgônio.
Queria ter continuado lá? Sim e não.
Mas como é bom voltar e ver as mesmas pessoas de sempre, com olhos de quem nasceu de novo.
(A minha noção de tempo foi permanentemente alterada).
Em uma palavra: perfeição.
O menino do sorriso do gato de Alice.
A pessoa certa, no lugar certo, na hora certa.
O final apoteótico de um verão (amarelo) mágico.
Noites como aquela só podem acontecer no verão.
E a prova de que eu realmente já sou outra: um day after só de felicidade. Só.
E a única coisa que lamento profundamente foi não ter estado ao lado da Lelê, na hora de colher os frutos, preciosos e doces, depois de tanto tempo de cultivo.
Quem é de entender, vai entender; quem é de lembrar, vai lembrar; quem é de sentir, vai sentir; quem é de ler, vai ler e quem é de ficar curioso, vai ficar...
Combinamos todos postar juntos algo que descreve muito bem como foi nosso findi:
